Wednesday, July 19, 2006

Quer poemar? Tenho a fórmula!

Quando a inspiração não vem e sinto vontade de escrever, para quem observa de fora deve ser a coisa mais engraçada do mundo. Noutro dia tava me observando de longe. Ria igual a um garoto. Só não rolei no chão porque Malcolm me olhava do fundo da parede com aquele olhar penetrante. Não que estivesse me reprimindo, mas pega mal fazer certas coisas na frente daquele mais velho. Então, voltemos ao que interessa. As palavras saem desconectadas da realidade do poema ou do conto. Nessas horas o que me resta é acender uma vela só e deposita-la nos quatro cantos do quarto com canjica e tudo. Fecho os olhos sentado no centro do quarto e me imagino na esquina. Ali, jogo um prato de farofa em troca da bendita inspiração que não chega. Depois, volto imediatamente pra mim sem olhar pra traz. Putz, lembro que esqueci de deixar o charuto e a cachaça. Vou ter que voltar. Tu nem imagina, quando chego lá, tem um sujeito debruçado no prato se lambuzando todo. Eu grito logo: - O Rapaz isso num é pra você, não! Ele vai virando os olhos vagarosamente e faz questão de me mirar com um dos braços na altura do ombro como quem pretende esconder parte do rosto. E eu ali parado. E eu ali olhando aquela figura comendo da farofa igual a um bobo, ao mesmo tempo espero que saia logo preu colocar o restante das coisas. Cara, no mesmo momento que penso, ele fala: - O moço não sabe quem eu sou? Acende esse charuto e passa a cachaça pra cá. A ficha caiu! Obedeço imediatamente e volto pro quarto sem pedir licença. Lá, reencontro meu corpo devidamente sentado do jeitinho que havia deixado e retorno pra dentro de mim. Levanto abruptamente, desço as escadas, bebo um gole d’água e a inspiração baixa na minha cabeça. Pronto, coloco pra fora desde palavras escritas até as faladas. Todas muito bem conectadas. Estou Poe(a)mando.

Brejinho. 19 de julho, 2006
leo bento

1 comment:

  1. muito bom seu texto hein moço?
    deu medo, mas tudo bem, eu entendo dessas coisas..
    beijos

    ReplyDelete