Friday, March 04, 2011

SÃO PAULO pode ser uma opção


Já que não estarei no Rio, preciso (ao menos) desejar bom carnaval aos que ficam. Infelizmente, esse ano, fui obrigado a me retirar estrategicamente dessa ”maravilha de cenário”. A decisão foi dificílima, porém justa. Tudo começa quando, em minha casa durante um almoço familiar, meu amigo Júlio Malandrinho convida a mim e ao Mano Rogério Pança Cheia para participar de um protesto. De bate pronto gostei da idéia, já que existe uma série de injustiças por aí e ficar calado diante delas não é bem a minha praia. Já estava super animado com a idéia de vomitar palavras de ordens contra os ‘reaças’ de plantão. Então, sem que eles percebessem eu já havia entrado no quarto trocado de roupa, enchido minha mochila com coquetéis ‘molotoves’ verbais e máscaras metafóricas, caso viesse ocorrer um confronto mais enérgico. Eu já tava lá em praça pública gritando palavras de ordem contra o sistema, contra a nobreza, contra a burguesia, a monarquia, a república e também contra o ensino médio profissionalizante que me fez perder tempo quando quis entrar para uma Universidade Pública. Quando conclui esse pensamento, Malandrinho me puxou pelo braço e perguntou se eu tava escutando. Óbvio que não! Naquela altura eu estava era muito longe , mas tive que voltar. E quando chego à mesa em que estive sentado todo o tempo, ele disse que o protesto, não era bem o que estávamos pensando. Pairou a dúvida, eu e Rogério nos olhamos e perguntamos: Vai ser o que então, essa porra? Ele, meio sem graça, foi se explicando , dizendo que na verdade iríamos , era acompanhar um bloco da Zona Sul que falava algo sobre um sujeito racista (para os que sofrem com o racismo) mas que para outros não era (tão) racista assim, enfim... Pança Cheia já escaldado e experimentado dessas atividades, resolveu a questão com um NÃO bem grande. Alegou que esses blocos são compostos por fortões que num assopro derrubaria aos três e quem mais estivesse junto no momento. E de fato ele tinha razão. Não resolvemos pagar para ver. Continuamos comendo o peixe com molho de camarão que por sinal estava maravilhoso. E não falamos mais nisso. Mas a estória não terminou aqui. Pois, na semana seguinte ao tal desfile todos os jornais estamparam fotografias do rosto de Júlio Malandrinho totalmente desorientado sendo preso pelo efetivo policial que fazia a segurança dos bacanas do bloco. Ele chegou lá com uma faixa falando alguma coisa contra o racismo e o efeito foi o contrário. As autoridades policiais de plantão que não sabiam interpretar texto entenderam que Malandrinho fazia odes ao racismo e resolveram levá-lo a presença do Senhor Doutor Delegado para que prestasse esclarecimentos. Com aquele seu jeito mole de falar convenceu o interrogador do óbvio. Logo que foi liberado, fez um exame de consciência e resolveu não passar o carnaval no Rio de Janeiro como de costume, pagando passagem e estadia de seus amigos para curtir o melhor carnaval do mundo em São Paulo. Pois lá, ao menos poderiam transitar em ruas sem congestionamento, teriam banehiros públicos suficientes quando pintasse o aperto, visitariam uma série de museus e espaços culturais que estarão abertos ao longo do extenso feriado, com a idéia fixa de não se depararem com nenhum imprevisto.

Rogério, Giselle, Lu, Léo, Carol e Julio Vitor da Costa e Silva.



Realengo. 04 de março, 2011.
leo bento

4 comments:

  1. Realmente lendo este post, deu prá pereceber quer era carnaval... São Paulo fantasiado de paraísos prá alguns, infernos para outros, cuidado com a Paulista. Peixes, molhos de camarão, faltou dizer a marca do vinho???? Como a crença que queremos a divisão de bens não de miséria, esta é a Cidade que temos prá hoje que perdura depois da quarta feira de cinzas! Bom retorno a realidade, abraços!

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  2. Seja lá o que isso queira dizer. Então, tá né...

    LB

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  3. Esse dia aí da foto foi muito bom. rssss

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